Parte 6/7
Mas, entrando novamente na linha de pensamento, é em filmes como Lágrimas e Suspiros (1972), Morangos Silvestres (1957), Personna – A Máscara (1966), O Silêncio (1963), assim como nos restantes filmes (praticamente todos) de Ingmar Bergman – que eu considero um dos maiores realizadores de sempre – que encontramos o exemplo perfeito do que é sentirmo-nos emocionados ora pelo silêncio, ora pelo gesto, ora pelo factor surpresa, ora pela melancolia… É uma exigente e inevitável mistura de sentimentos e de sensações inexplicáveis que nos chegam até ao coração, ali ficam, permanecem, e nós contidos na nossa mudez, sem saber o que dizer, estupefactos com tanto sentir. Isto sim! É o verdadeiro afluir de emoções.
Contudo, o que mais correntemente se encontra no Cinema é uma mistura de emoções por “acções positivas”, tendo por base uma (ou várias) “acções negativas”. Não é estritamente assim que acontece, claro, mas veja-se como exemplo os filmes O Voo da Abelha (1999), La Lengua de las Mariposas (1999), Casablanca (1942), Um Violino no Telhado (1971), Elephant (2003), 4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias (2007), O Piano (1993), Mystic River (2003), O Pianista (2002), A Última Chamada (1995), E Tudo o Vento Levou (1939), A Lista de Schindler (1993), Crash (2004) – quem não se lembra da fantástica cena com a miúda e o “manto da protecção” que bem exemplifica o que procuro idealizar? A fragilidade de um ser associada a uma potencial morte são suficientes para a emotividade – e ainda tantos outros filmes, como devem imaginar, que poderiam ser aplicados aqui.
Para que não esqueça, também o autor Wim Wenders seria bem lembrado nesta fase pela sua cinematografia deambulatória em filmes como Lisbon Story (1994) – que eu idolatro – e Tokyo-Ga (1985). É nesse sentido vago, da deambulação, do documentarismo, que Wenders aborda muitas questões sobre as pessoas, sobre a sociedade e sobre o mundo que nos comove e emociona, não se baseando, necessariamente, em “acções negativas” ou “positivas”.
Também os filmes da Nouvelle Vague – o melhor Cinema Francês que podemos encontrar – Godard, Truffaut e, mais recentemente, Christophe Honoré, são bons exemplos dessa deambulação, de filmes de rua que através da simplicidade e ligação tão intrínseca com a realidade atingem a emoção.
Da mesma forma, em Portugal vemos essa condição – emotividade equilibrada pelo “positivismo” e “negativismo” das acções – em filmes como Manhã Submersa (1980) de Lauro António – na linha da frente da cinematografia portuguesa – Jaime (1999) de António Pedro Vasconcelos, Kiss Me (2004) de António da Cunha Telles – um filme bastante interessante, por acaso – Alice (2005) de Marco Martins e, porque não?, os documentários Ainda há Pastores? (2006) e Pare. Escute. Olhe! (2009), ambos de Jorge Pelicano. Meros exemplos, repare-se, que o leitor pode complementar com a sua situação.
Contudo, o que mais correntemente se encontra no Cinema é uma mistura de emoções por “acções positivas”, tendo por base uma (ou várias) “acções negativas”. Não é estritamente assim que acontece, claro, mas veja-se como exemplo os filmes O Voo da Abelha (1999), La Lengua de las Mariposas (1999), Casablanca (1942), Um Violino no Telhado (1971), Elephant (2003), 4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias (2007), O Piano (1993), Mystic River (2003), O Pianista (2002), A Última Chamada (1995), E Tudo o Vento Levou (1939), A Lista de Schindler (1993), Crash (2004) – quem não se lembra da fantástica cena com a miúda e o “manto da protecção” que bem exemplifica o que procuro idealizar? A fragilidade de um ser associada a uma potencial morte são suficientes para a emotividade – e ainda tantos outros filmes, como devem imaginar, que poderiam ser aplicados aqui.
Para que não esqueça, também o autor Wim Wenders seria bem lembrado nesta fase pela sua cinematografia deambulatória em filmes como Lisbon Story (1994) – que eu idolatro – e Tokyo-Ga (1985). É nesse sentido vago, da deambulação, do documentarismo, que Wenders aborda muitas questões sobre as pessoas, sobre a sociedade e sobre o mundo que nos comove e emociona, não se baseando, necessariamente, em “acções negativas” ou “positivas”.
Também os filmes da Nouvelle Vague – o melhor Cinema Francês que podemos encontrar – Godard, Truffaut e, mais recentemente, Christophe Honoré, são bons exemplos dessa deambulação, de filmes de rua que através da simplicidade e ligação tão intrínseca com a realidade atingem a emoção.
Da mesma forma, em Portugal vemos essa condição – emotividade equilibrada pelo “positivismo” e “negativismo” das acções – em filmes como Manhã Submersa (1980) de Lauro António – na linha da frente da cinematografia portuguesa – Jaime (1999) de António Pedro Vasconcelos, Kiss Me (2004) de António da Cunha Telles – um filme bastante interessante, por acaso – Alice (2005) de Marco Martins e, porque não?, os documentários Ainda há Pastores? (2006) e Pare. Escute. Olhe! (2009), ambos de Jorge Pelicano. Meros exemplos, repare-se, que o leitor pode complementar com a sua situação.
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