segunda-feira, 27 de abril de 2009

«E esta, hein?!»

Isabel Santos, quem quer que seja a senhora, escreveu a crónica que encerra o Festival Caminhos do Cinema Português. Sobre o dia 25, no qual foi exibida a minha curta metragem, refere:


"Na sessão da noite e para além da indescritível curta “Cântico Negro”, de Hélder Magalhães, foi exibida a longa “100 Volta”, com a presença do realizador Daniel Souza, o mais puro exemplo de mau gosto kitsch, presente neste festival e em que o realizador aproveitou para insultar em palco quem lhe proporcionou a exibição do filme, Francisco Bravo Ferreira."



A crítica é muito bem vinda, mas fiquei sem perceber se é boa ou se é má. Pode ser um bom comentário, mas acaba por ficar consumido pela perceptível má crítica ao "100 Volta".
Alguém quer tentar perceber? Agradece-se, já agora...

A quem se interessar, a crónica completa pode ser lida aqui.

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril

Liberdade, Liberdade!


35 anos depois.
Um dia dedicado à opressão de que já não somos vítimas!




Aproveito apenas para relembrar que hoje, às 22h, no Teatro Académico Gil Vicente, a concurso do Festival Caminhos do Cinema Português, vai ser exibido o meu filme "Cântico Negro".
A quem tiver oportunidade agradece-se a presença, desculpando-me pela minha ausência, mas a carga de trabalhos académicos tem sido insuportável...
(e ainda dizem que isto é liberdade!...)

fotografia daqui.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

sábado, 18 de abril de 2009

CINEMA: Um Amor de Perdição

Estreia a 23 de Abril em todo o País, mas a ante-estreia foi a 17, em Vila Nova de Famalicão, no Centro de Estudos Camilianos, uma casa de cultura em apoio à casa de Camilo Castelo Branco, autor da obra "Amor de Perdição" que deu origem a (mais) esta adaptação. Tive então a oportunidade de assistir a esta ante-estreia, de um dos filmes portugueses mais aguardados dos últimos tempos, numa iniciativa interessante e que, no fundo, era inevitável de acontecer, dadas as circunstâncias: além de ser um filme baseado numa obra de Camilo, que viveu (e escreveu) grande parte da sua vida em Famalicão, também Mário Barroso, a título de exemplo, realizador deste filme, filmou com Manoel de Oliveira, há uns 20 anos atrás, naquela mesma casa de Camilo, o filme "O Dia do Desespero", um retrato alusivo aos últimos dias da vida de um dos maiores escritores Portugueses.
Esta obra de Camilo, "Amor de Perdição", parece-me ser a que mais adaptações teve ao longo dos anos; não foram muitas, mas em relação a outros livros por ele escritos, esta parece-me ser a sua obra que mais impacto teve (e tem) à medida que o tempo avança. Foi escrita em 1861 e teve a sua primeira adaptação em 1907 para uma Ópera de João Arroyo que estreou no Real Theatro de S. Carlos, em Lisboa. A primeira adaptação para cinema foi no Brasil, em 1914, do realizador Francisco Santos e, a partir daí, seguiram-se algumas outras, culminando nas versões portuguesas mais recentes de António Lopes Ribeiro (1943) e de Manoel de Oliveira (1979). Ainda mais recentemente, a Casa das Artes teve a iniciativa de repor, 100 anos depois, a Ópera de João Arroyo, numa versão contemporânea e fazendo uso de diversos meios digitais que se enquadraram na perfeição apesar da conotação épica da Ópera e da obra literária. Estreou em 2008, igualmente em Famalicão, a reposição que agora é dirigida por António Salgado e que eu tive também a oportunidade de assistir.


"Um Amor de Perdição" não é O "Amor de Perdição". É "um" amor, não sendo necessariamente aquele que Camilo pensou, mas é, acima de tudo, "um" amor de perdição com influências na obra de Camilo que aqui nos aparece transposto para a actualidade. Ultimamente tem havido uma séria corrente de filmes que procuram essa transposição a partir de inúmeras obras clássicas. Fundamentalmente, estas adaptações à realidade do presente acabam por acentuar a séria perenidade das obras literárias em que se baseiam, sejam elas do Eça de Queirós (apesar de ser penoso assistir ao "Crime do Padre Amaro", do Carlos Coelho da Silva), sejam do próprio Camilo Castelo Branco, de Shakespeare (pelo excelente "Romeu+Julieta", de Baz Lhurman (1996) ou pela recente adaptação de "Hamlet", de Michael Almereyda (2000), apesar de ter sido uma versão pouco feliz e escassamente conseguida) ou de outro autor qualquer.
Este parece ser o mote do filme que se descola com alguma facilidade da rigidez da escrita clássica, mas que mantém uma óbvia e intrínseca ligação com o passado, através de uma história de amor que se afigura ainda mais platónica do que o próprio Camilo a pensou. Nesta apresentação, dizia Catarina Wallenstein que, no filme, a Teresa é mostrada como um "fantasma", levando o amor entre ela e Simão ao limite da impossibilidade. De facto, isto é inteiramente verdade, vendo um amor a ser construído sem contacto físico, onde praticamente não existem planos ou cenas com a Teresa, apenas meras imagens do seu rosto reflectidos em vidros e espelhos ou, quanto muito, planos perfilados a sugerirem a fugacidade do momento. Este é um dos pontos fortes do filme que, não procurando uma resposta na obra deixada por Camilo, tenta criar ou recriar uma situação actual à luz (e não sob a sombra) do "Amor de Perdição" de Camilo. E assim, é particularmente interessante este acrescento mínimo ao título da obra que, não sendo condicionante, é já um motivo para o especial distanciamento que encontramos entre o livro e o filme: "Um Amor de Perdição".


Falando um pouco sobre esta transposição, e também não querendo explorar demasiadamente aquilo que pode ser do interesse de quem queira assistir ao filme, acho curioso que se tenha procurado mudar atitudes e demais defeitos e feitios que reconhecíamos nestas personagens Camilianas. Creio, no entanto, que isso teria de ser feito, mas não esperava esta radicalidade que quase transformou por completo algumas das personagens. Em primeiro lugar, Tomás Alves interpreta um excelente Simão Botelho, violento, conflituoso, sem olhar a meios para atingir os fins que pretende. Tem uma relação demasiadamente intimista com a sua irmã Rita Botelho (Patrícia Franco), de 13 ou 14 anos de idade, que o vai influenciar na leitura de um certo livro escolar chamado "Amor de Perdição"... Uma influência interessante que acaba por gerar uma história dentro da mesma história. Rita Botelho é um dos pontos fulcrais desta transposição: o filme e toda a história Camiliana é vista sob o seu ponto de vista, narrada num futuro próximo por ela, na voz de uma das melhores actrizes Portuguesas do momento, a Beatriz Batarda. Anda de olho no Zé Xavier (Willion Brandão é uma feliz surpresa deste filme), um rapaz da sua idade que trabalha para a família Botelho quase como um escravo, fiel servidor das mordomias de Domingos Botelho (Rui Morrison). Rita é uma agarrada à câmara de filmar, com a qual grava um jogo de basquetball onde Teresa Albuquerque joga numa das equipas, através do qual Simão vai ficar a conhecer a mulher que ama, usando Rita (e mais tarde Mariana da Cruz) para contactar com Teresa. Manuel Botelho (Rafael Morais), homossexual, sempre em rixa com o irmão Simão, tem uma relação extremamente afectuosa com a mãe Preciosa (Ana Padrão) que, por sua vez, anda em crise familiar com o marido. Simão e Teresa falam-se por telemóvel e assim constroem um amor proibido, fruto de uma guerra de longa data entre as famílias Albuquerque e Botelho. Refugia-se em casa de João da Cruz (Virgílio Castelo), mecânico de profissão, amigo do pai de Simão, ex-combatente na guerra de Angola, sofrendo agora noites de insónias pelas marcas dessa violência. Aqui conhece Mariana da Cruz (a sempre excelente Catarina Wallenstein), filha de João da Cruz, também mecânica de profissão, ajudante do seu pai. Mariana ama Simão e não esconde os seus sentimentos. Com Teresa no hospital psiquiátrico, será Mariana a estabelecer o contacto por recados, entre Teresa e Simão, ainda que sofrendo de morte, pela calada.


Tecnicamente, o filme tem algumas falhas e alguns planos que me pareceram sem sentido. Os actores são bons, foram bem dirigidos, mas noto alguma despreocupação técnica em alguns momentos do filme. O argumento, de Carlos Saboga, é muito bom pelas razões que já aqui apontei; é diferente e é reinventado, razões de extrema importância quando se pretende fazer uma transposição desta medida. A fotografia, igualmente de Mário Barroso, não é má, mas podia ser bem melhor e temo que esse será um dos motivos das falhas técnicas. Até porque, sendo Mário Barroso um exímio cinematógrafo Português, tendo trabalhado como director de fotografia nos filmes de João César Monteiro e de Manoel de Oliveira, não escondo que tinha um grau de exigência elevado. A música, de Bernardo Sasseti, é indiscutívelmente boa, como em todas as suas bandas sonoras, ponderadas, nota a nota, para a cena em que se enquadra. Uma feliz escolha, claro, que não passa despercebida. No geral, o filme compensa esta última fase de "Second Life's" no Cinema Português. Ao contrário desses filmes que gozam com o público Português, este "Um Amor de Perdição" é bem capaz de conduzir a algumas leituras Camilianas nos mais novos e nos mais velhos. O filme tem dinâmica, uma história desta complexidade contada em 80 minutos tem tudo a acontecer ao mesmo tempo (a Ópera tem quase 3 horas e a história é a mesma). É uma adaptação muito interessante, como facilmente dá para perceber, e, quer se conheça ou não O "Amor de Perdição" do Camilo Castelo Branco, vale bem a pena assistir a "Um Amor de Perdição" do Mário Barroso, quanto mais não seja para se ficar a conhecer do bom que se fez (e se faz) em Portugal.


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Caminhos do Cinema Português


O XVI Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra, começa já amanhã dia 18 de Abril e prolonga-se até Domingo, dia 26. A concurso estão apenas obras Portuguesas, única temática do Festival, a concorrer nas categorias de Curta-Metragem, Documentário, Longa-Metragem e Animação.

Como já deve ser do vosso conhecimento, estimados leitores, o meu filme "Cântico Negro" está incluído na selecção dos filmes a concurso. O próximo Sábado, dia 25 de Abril, tem a seguinte programação, para depois do jantar:


Sábado 25 de Abril
22h00 - TAGV

Living in The Trees II de Vítor Lopes – 2’

Cântico Negro de Hélder Magalhães – 7’

Os Vigilantes de António Gonçalves e Ricardo Oliveira – 13’

100 Volta de Daniel Souza – 98’



Para os interessados, o Catálogo do Festival pode ser consultado aqui (formato .pdf), onde encontram a ficha do filme na página 60 ou através do site oficial do Festival, clicando aqui.


Independentemente da boa sorte, da perna partida ou da muita merda, interessa é que as pessoas gostem e que não deixem de me apoiar e incentivar a continuar!


Pois é, querida Astrid, eu também não resisto...


...este é para si, do musical Les Misérables,
a partir da obra de Victor Hugo,


I Dreamed a Dream




O QUÊ?!?!?!

A Kerry Ellis só lá está até 11 de Maio

?!?!?!?!


Ou isto dá uma grande volta, ou então já fui...






p.s. este post foi um desabafo para evitar uma séria irritação!

Morreu o poeta João Maria dos Reis Pereira, irmão de José Régio

João Maria dos Reis Pereira, irmão do poeta e desenhista vilacondense José Régio, morreu ontem, com 86 anos. Autor de um livro de poemas, "Diário", editado em 1953, João Maria dedicou-se também, ao longo da sua vida, ao estudo da história de Vila do Conde.
Colaborou em várias publicações e também jornais como "Jornal de Letras", "Jornal de Vila do Conde", "Estudos Anterianos", "Boletim do Centro de Estudos Regianos" e na revista "Colóquio/Letras".
João Maria dos Reis Pereira também foi correspondente do jornal "O Primeiro de Janeiro", durante 40 anos.
Como desenhista, expôs os seus trabalhos, juntamente com os irmãos, em Vila do Conde e também em Angola e Moçambique.
O presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Mário Almeida, lamentou hoje, em declarações à Lusa, a morte do irmão mais novo de José Régio, sublinhando que se perdeu "uma pessoa encantadora, sempre muito preocupado com os outros".
Mário Almeida realçou ainda que João Maria "ficará para sempre na memória de Vila do Conde", até porque "fazia parte de uma família que marcou o município".
O funeral de João Maria dos Reis Pereira realiza-se sexta-feira, às 17h00, a partir da igreja de S. Francisco, em Vila do Conde.
Fonte: Lusa

sábado, 11 de abril de 2009

C

Hoje reencontrei uma pessoa que em tempos me foi muito importante. Ainda me é importante mas as circunstâncias são outras. Estava diferente, mas no fundo era a mesma pessoa de sempre. Tomara eu que tivessemos tempo para trocar umas palavras com mais calma e dizer o que não foi dito, há muito tempo atrás...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

FAME - The Musical


Um novo filme, numa versão mais actualizada.
Estreia a 25 de Setembro de 2009




quarta-feira, 8 de abril de 2009

Famafest 2009


Notícia da Minho Actual TV
(acabei de descobrir agora)





Caminhos do Cinema Português

Cântico Negro, de Helder Magalhães
Sábado, 25 de Abril, 22:00h

Teatro Académico Gil Vicente, Coimba