sábado, 29 de agosto de 2009

"O Feiticeiro de Oz" em versão negra

Não sei se me parece muito razoável, mas pelos vistos é mesmo verdade. Segundo o Guardian, a Warner Bros. está a preparar uma versão "dark side" do clássico musical "O Feiticeiro de Oz" de Victor Flemming, no qual a personagem principal - provavelmente interpretada por Dakota Fanning - será uma heroína ao estilo de Ellen Ripley da saga "Alien".

Como se não bastasse, o remake terá a acção transposta para a actualidade, implicando que Dakota Fanning será a neta da Dorothy, originalmente interpretada por Judy Garland em 1939.

"You've still got Dorothy trapped in an odd place," explica o co-produtor Todd McFarlane. "But she's much closer to the Ripley character from Alien, than a helpless singing girl."

Vamos esperar para ver no que dá...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Atenção, atenção!!

AUDIÇÕES PARA BAILARINOS
NO TEATRO POLITEAMA




















O Teatro Politeama está a realizar audições para Bailarinos para participarem nos seus musicais. A próxima audição é já na quarta-feira dia 2 de Setembro às 14 horas. É necessário levar roupa de Ensaio.
Para informações e inscrição os Bailarinos podem contactar o Teatro Politeama através do número
21 343 05 33


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Novidades da Blogosfera...

Há mais dois blogues para irmos acompanhando a par e passo cada actualização.

Um deles aposta nas novidades da reconstrução do velho Cinema Olympia para o novo Teatro Olympia, anexado ao Teatro Politeama, uma iniciativa de Filipe La Féria. Além de Teatro, a reconstrução do Olympia também traz em vista a Escola de Artes e Espectáculo que abrirá no andar superior do edifício. As novidades já são muitas e todas para acompanhar no blogue http://olimpiateatro.blogspot.com

A marcar presença na blogosfera, chega-nos Totó, o cãozinho da Dorothy, estrela do próximo espectáculo de Filipe La Féria a estrear no Teatro Politeama, "O Feiticeiro de Oz". Os ensaios já começaram e o Totó já está online para nos contar todas as novidades! A não perder no blogue http://ofeiticeirodeoz.blogspot.com

domingo, 9 de agosto de 2009

CINEMA: James Gray com "Dois Amantes"


Ultimamente tem aparecido em algumas revistas e jornais alguns destaques e entrevistas a um novo realizador a propósito do seu último filme acabado de estrear nas salas de cinema portuguesas. Fala-se de James Gray e de "Two Lovers" - "Dois Amantes" - um saudável romance de teor dramático que em muito boa hora invade os nossos ecrãs ou não estaríamos nós a precisar de desenjoar de tanto blockbuster que por aí anda - ou não seria Verão, para que isso mesmo acontecesse. Mas, para não enveredar por esse caminho que, muito provavelmente, me levaria a referir o quão esmagados saem estes filmes quando estreados em simultâneo com obras medíocres como Harry Potter e o Príncipe Misterioso - um filme desinteressante, já sem graça, que não é mais que um desenrolar de acontecimentos sem ligação entre si, muito repetitivo e, pior de tudo, não faz justiça ao livro - ou outros filmes que só fazem sentido se estreados em televisão (telefilmes, portanto) como Hannah Montana: The Movie - que nada traz de novo à arte a não ser (muito) dinheiro para as produtoras e afins - o melhor é mesmo prosseguir ao que realmente aqui é preciso deixar bem claro.
James Gray nasceu em Nova Iorque (1969) e por lá se enquadram os seus filmes, ainda não muitos, mas certamente promissores. Ficou conhecido com o seu terceiro filme, "Nós Controlamos a Noite" ("We Own The Night" (2007)) em competição no Festival de Cannes que, além deste "Dois Amantes", foi o único a que assisti. Creio que não estejamos perante um autor ao nível de Paul Thomas Anderson ou mesmo Quentin Tarantino - repare-se que são todos da mesma geração - mas há que presentear, especialmente por este último filme, o trabalho que James Gray tem vindo a desenvolver como argumentista e realizador.
Ao que me tem vindo a parecer, Gray tem um particular cuidado com a música que se ouve ao longo do filme, não especificamente a Banda Sonora, mas principalmente aquela que interage directamente com a cena e com os actores. Quentin Tarantino também o faz, mas de uma forma ainda melhor que James Gray. Por um lado, Tarantino dirige uma cena que se destina a uma música; por outro lado, Gray escolhe uma música que se adequa - pelos instrumentos e pela voz - à cena que dirigiu. São formas de criação opostas mas ambas funcionam à sua maneira, se bem que eu me identifico mais com a cena a ser dirigida para uma música. Um excelente exemplo disso acontece precisamente em "Dois Amantes", onde James Gray, segundo li numa dessas entrevistas, precisava de uma música para uma cena num restaurante à beira-mar. Disse que um dia estava em Nova Iorque, num restaurante, e de repente ouve, em música ambiente, uma voz e umas guitarras que lhe chamam a atenção. Cantava a Amália Rodrigues o fado "Estranha Forma de Vida". Um feliz acaso que levou de imediato à escolha desse grande Fado para a cena no restaurante à beira-mar. O que diria desta cena - e esta é provavelmente a única crítica que faço - é que só seria melhor se James Gray conseguisse perceber o que é o Fado (o próprio disse que até então desconhecia este género musical), se percebesse o significado da palavra saudade e se soubesse/percebesse a nossa identidade como lusitanos. Aí sim, teríamos uma deslumbrante cena ao som de Amália. Acontece que, muito simplesmente, o fado quase passa despercebido aos ouvidos de muitos portugueses, sem sombra de dúvida. Não é mais do que uma mera música ambiente, bem lá ao fundo, espreitando de quando em vez uma reconfortante voz que grita "que estranha forma de vida"... A cena não tem o ritmo exigido pelo Fado, não tem a densidade da alma lusitana, mas no entanto acaba por funcionar razoavelmente bem em termos musicais. Temo que o desaproveitamento de um Fado com tanto sentido fique perdido pela cena à beira-mar e, sendo assim, não deixa de ser mais do que um mero preciosismo de enquadramento musical - mas bem sei que essa não era a intenção do realizador. O que mais haverá a referenciar, compete a cada um.
"Dois Amantes" retrata uma paixão e as muitas acrobacias que a envolvem, mas desde cedo que põe de parte a ideia de comédia romântica. É um drama e nada mais que isso. Parte de uma acção excessivamente real e com a qual muitos se identificam: desesperado da vida, sem perspectivas futuras e depois de um casamento muito dolorosamente acabado, Leonard Kraditor (Joaquin Phoenix), é apresentado a Sandra Cohen (Vanessa Shaw) uma jovem rapariga, apaixonada secretamente por Leonard e filha de um magnata das lavandarias nova-iorquinas, um negócio já partilhado pelo pai de Leonard. Um futuro entre os dois seria brilhante. Ela ama-o incondicionalmente e as empresas das famílas acabariam por se fundir, criando uma cadeia de lavandarias espalhadas por toda a idade de Nova Iorque. Os interesses começam a sobrepor-se aos sentimentos. Mas, tudo seria mais fácil se, num acaso (feliz), Leonard não travasse conhecimento com a sua vizinha Michellle (Gwyneth Paltrow), uma jovem e bela rapariga que alimenta uma preocupante relação com um homem casado. Ao aperceber-se das fragilidades da relação de Michelle, Lenoard não tarda com a sua investida para a conquistar, não querendo simultâneamente desfazer-se do amor que Sandra nutre por ele. E assim é "Dois Amantes", que na verdade são três, um quase inevitável triângulo amoroso onde Leonard se encontra bem no centro da acção. Só a ele cabe a decisão. Optar pelo que o coração sente ou pelo que é melhor para todos. E quanto a nós, cabe-nos esperar e deixarmo-nos envolver por uma bela história, bem filmada, bem dirigida, bem interpretada e de uma verdade profunda.

Excertos...

- Não posso dar pormenores, mas teve a ver com qualquer coisa nos olhos dele.
- Ah sim, você é muito sensível com os olhos... como o seu pai.
- Ele também? Não me lembro disso.
- Suponho que seja bastante natural para um artista preocupar-se com os olhos; mas nos últimos dez anos de vida, o seu pai tornou-se obcecado... sim, é a palavra: obcecado com a cegueira.
- Com a ideia dela?
- Não, não, com ficar cego. Estava certo de que lhe iria acontecer.
- Não sabia.
- O meu pai tentou meter-se com ele para lhe tirar a ideia e disse-lhe que, se não tivesse cuidado, arranjava uma cegueira histérica. Francisco ficou aterrorizado com a ideia - disse o Dr. Fernando. - Mas... Javier... estamos aqui para falar de si. Para mim, está a sofrer sintomas clássicos de stress.

(...)

- Todos sofremos - disse o Dr. Fernando. - Os espanhóis, e não apenas os sevilhanos, ultrapassam os problemas através de... la fiesta. Falamos, cantamos, dançamos, bebemos, rimos e fazemos a festa noite após noite. É a nossa maneira de lidar com a dor. Os nossos vizinhos, os portugueses, são muito diferentes.
- O seu estado natural é estarem deprimidos - comentou Falcón. - Cederam à condição humana.
- Não acho. São melancólicos por natureza, como os nossos galegos. Afinal de contas, têm de se confrontar quotidianamente com o Atlântico. Mas são muito sensuais também. É um país que cometeria suicídio se acabassem com o almoço. Adoram comer e beber e gozam a beleza das coisas.

(...)

in O Cego de Sevilha, de Robert Wilson
Publicações Dom Quixote

Dorian Gray

A partir da obra-prima de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray", e após inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas, chega em Setembro deste ano, dia 9, a nova adaptação do extraordinário romance, desta vez pelo olhar do realizador britânico Oliver Parker.
O trailer já anda cá fora: