sábado, 28 de fevereiro de 2009

CINEMA: O Wrestler


Darren Aronofsky habituou-nos, desde cedo, a um estilo muito peculiar e excessivamente expressivo no seu cinema. Desde a sua primeira curta metragem até às longas metragens que ultimamente tem apresentado parece haver sempre uma vertente que o inspira e que o leva a fazer o que faz: a Psicologia. Associada ao ser humano, à sua consciência, à sua mentalidade e demais comportamentos, a psicologia é concerteza um dos temas mais fascinantes e mais desmistificados por Darren Aronofsky.
"O Wrestler", apesar de algum distanciamento em relação às outras obras do realizador, não foge muito da mesma linha de criação. Era de se esperar que a conotação psicológica não estivesse ao nível de "Requiem For a Dream", por exemplo. As exigências são muito diferentes e, por isso, é natural que um filme como "O Wrestler" tenha de ser feito segundo outros modelos de concepção até porque é bem provável que este filme chegue a um tipo de público diferente e em maior número do que os anteriores filmes do realizador. Ainda assim, são perfeitamente distinguíveis os traços de criação que nos fazem identificar, à distância, o autor. Não tão evidentes a nível técnico, mas a conotação psicológica, o querer-ser chegar à compreensão da mentalidade de um esteriótipo, como o desmembrar da vida de um microcosmos, de um grupo de pessoas à parte dos resto da sociedade, é bastante evidente neste filme.


"Mickey Rourke is rising again" foram as palavras de Sean Penn ao ser premiado pela Academia Cinematográfica Americana como melhor actor de 2008. Diria eu que as palavras foram muito bem proferidas, de amigo para amigo, e demonstram o bom espírito desportista de Sean Penn. Como todos sabemos, a carreira de Mickey Rourke andava a cair aos bocados, as oportunidades já lhe começavam a falhar, os narcóticos certamente que ajudavam a esquecer os maus momentos e se dizem que todos merecemos uma segunda oportunidade, Mickey Rourke teve-a aqui. Agarrou-a com tudo o que tinha para agarrar e o resultado é meritório. Não é tão bom como o de Sean Penn ou Frank Langella e, por isso, vejo a nomeação como um estímulo à oportunidade agarrada, para que agora consiga levar uma carreira mais digna. O certo é que "O Wrestler" parece ter sido um filme feito à medida de Mickey Rourke. O papel de Randy, the Ram cabe-lhe na pele com toda a perfeição ou não estaríamos perante um lutador de Wrestling em decadência. Randy teve os seus momentos de glória na década de 80. Era o verdadeiro, o melhor lutador Americano. Imortalizado pelas Figuras de Acção feitas à sua imagem, os jogos da velha consola Nintendo e pelo golpe de ataque "Ram Jam!", que levou o público a gritar pelo seu nome, Randy vê-se agora na podridão do esquecimento. Uma vida que passou a lutar. Primeiro, lutou para entreter um público e agora, luta para reaver do que foi despojado: desse público de outrora, de uma família destroçada, de uma vida perdida, de facahada e falsa, como são as lutas que protagoniza para o público que o adorou. Agora, são as lutas de esquina, as competições que os canais de televisão deprezam, e os bares de alterne que conseguem levantar a auto-estima de Randy, the Ram. É num desses bares que conhece Pam (Cassidy durante as horas de trabalho) com quem confraterniza entre cervejas e danças privadas. É ela, interpretada pela excelente Marisa Tomei, que o ajuda nos pequenos momentos em que precisa de um ombro para reflectir e pedir uma segunda opinião. Será ela o ponto fulcral da sua vida destroçada. Que o vai fazer perceber dos verdadeiros valores da vida e que tudo devemos fazer para recuperar esses valores, ainda que sejam momentos, memórias de um velho passado impossível de recuperar.
No decorrer de uma dessas lutas de público limitado, Randy sofre um ataque cardíaco que quase o levam desta para melhor. Poderá vir a ser um prenúncio, mas começa por ser um pretexto para mudar de vida. Custa-lhe a perceber isso mas Pam, ou Cassidy, ajuda-o a ver o lado certo das coisas. E assim, este lutador começa por arranjar um emprego num supermercado local e vai procurar recuperar e reatar a relação que tinha com a filha. Paralelamente, os amigos Wrestlers relembram Randy que está a fazer 20 anos desde a sua mítica luta que o levou à Glória, assistida por milhões de pessoas, umas ao vivo, outras através da televisão. Para festejar a data, organizam uma pequena competição, com os lutadores que interviram há 20 anos atrás na mítica luta e contam com a presença de Randy, the Ram para reviver a Glória de outrora. Mas o coração já não o permite a tanto esforço. Dividido entre as memórias saudosistas e a reconstrução do presente, Randy vai tentar atingir o equilíbrio entre aquilo que deseja, o fervor das lutas e o carinho do público que o relembra dos anos 80, e o sossego que o coração precisa, a união familiar e o afecto que tem vindo a ganhar por Pam.

"O Wrestler" é um filme aberto. Apesar de não ter um final concreto, somos levados a criar uma ideia bastante definida daquilo que se avizinha e suponho mesmo que essa seria precisamente a ideia do autor. Desde que começamos por perceber este Randy, the Ram, o mundo em que vive, as situações por que passa, não só ele mas também os restantes Wrestlers com quem passa a vida e a profissão, torna-se quase evidente a psicologia sobrecarregada dos restantes filmes do Aronofsky.
Não existem grandes defeitos a apontar. Pelo contrário, "O Wrestler" é curiosamente bastante diversificado nos temas por que se passeia. Não é inteiramente um filme sobre o mundo do Wrestling. Evidentemente que nos é documentado um pouco do que está por detrás da produção dos espectáculos, mas também somos largamente confrontados com problemas familiares, com a droga, a prostituição e outros tais. Por isso, quer se goste ou se odeie o Wrestling, não devemos temer este filme. É um bom filme vindo de um excelente realizador. Ficarei à espera dos restantes, "The Fighter", agendado para este ano, e do mais que aguardado remake de RoboCop, para 2010, onde já se promete uma remodelação total do filme. Ficaremos, nós por cá, à espera de ver.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

100!

E venham outros 100...


...e mais 100 e mais 100 e mais 100 e mais 100...


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

OSCARS 2009

A cerimónia foi extraórdinaria! Uma das melhores dos últimos anos.
Hugh Jackman foi surpreendente nos números musicais que apresentou e interpretou. Todos eles, claro, devidamente encenados e coreografados por Baz Luhrman.
As emoções foram muitas, as surpresas algumas. Penélope Cruz, logo a abrir, premiada como melhor actriz num papel secundário foi uma delas. Quanto ao resto, não difere muito daquilo que tinha antevisto...
E para o ano há mais!

Abertura da Cerimónia:


Medley Musical:



domingo, 22 de fevereiro de 2009

OBLIVION

O Renascer de um Projecto


Oblivion, o filme

www.oblivionfilme.blogspot.com


La Malagueña

Pelo Trio Calaveras, no filme "Enamorada"(1946), de Emilio Fernández.




E pela nossa Noémia Costa, em nova versão, mais actual, mais Portuguesa. A "Mala Ganha", por Irene, a Diva.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ÓSCARS 2009


Façam as vossas apostas, que estas são as minhas


Best Picture (Filme)

The Curious Case of Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk
The Reader

Slumdog Millionaire

Best Director (Realizador)
Danny Boyle - 'Slumdog Millionaire'
Stephen Daldry - 'The Reader'

David Fincher - 'The Curious Case of Benjamin Button'

Ron Howard - 'Frost/Nixon'

Gus Van Sant - 'Milk'


Best Actor (Actor)

Richard Jenkins - 'The Visitor'
Frank Langella - 'Frost/Nixon'

Sean Penn - 'Milk'

Brad Pitt - 'The Curious Case of Benjamin Button'

Mickey Rourke - 'The Wrestler'


Best Actress (Actriz)
Anne Hathaway - 'Rachel Getting Married'
Angelina Jolie - 'Changeling'

Melissa Leo - 'Frozen River'

Meryl Streep - 'Doubt'

Kate Winslet - 'The Reader'


Best Supporting Actor (Actor secundário)
Josh Brolin - 'Milk'
Robert Downey Jr. - 'Tropic Thunder'

Philip Seymour Hoffman - 'Doubt'

Heath Ledger - 'The Dark Knight'

Michael Shannon - ' Revolutionary Road'


Best Supporting Actress (Actriz secundária)
Amy Adams – ‘Doubt’
Penélope Cruz – ‘Vicky Cristina Barcelona’

Viola Davis – ‘Doubt’

Marisa Tomei – ‘The Wrestler’

Taraji P. Henson – ‘The Curious Case of Benjamin Button’


Best Animated Feature Film (Animação)
Bolt
Kung Fu Panda

Wall-E


Best Foreign Film (Filme em língua não inglesa)

'The Baader Meinhof Complex' (Germany)
'The Class' (France)

'Departures'(Japan)

'Revanche' (Austria)

'Waltz With Bashir' (Israel)


Best Original Screenplay (Argumento original)
Dustin Lance Black - 'Milk'
Courtney Hunt - 'Frozen River'

Mike Leigh - 'Happy-Go-Lucky'

Martin McDonagh - 'In Bruges'

Andrew Stanton, Jim Reardon, Pete Docter - 'WALL-E'


Best Adapted Screenplay (Argumento adaptado)
Eric Roth, Robin Swicord - 'The Curious Case of Benjamin Button'
John Patrick Shanley - 'Doubt'

Peter Morgan - 'Frost/Nixon'

David Hare - 'The Reader'

Simon Beaufoy - 'Slumdog Millionaire'


Best Original Score (Paritura musical)
The Curious Case of Benjamin Button
Defiance

Milk

Slumdog Millionaire

WALL-E


Best Original Song (Canção)
‘Down to Earth - ' WALL-E
‘Jai Ho' - ‘Slumdog Millionaire'

‘O Saya' - ‘Slumdog Millionaire'


Best Film Editing (Montagem)
Kirk Baxter, Angus Wall - 'The Curious Case of Benjamin Button'
Lee Smith - 'The Dark Knight'

Mike Hill, Dan Hanley - 'Frost/Nixon'

Elliot Graham - 'Milk'

Chris Dickens - 'Slumdog Millionaire'


Best Cinematography (Fotografia)
Tom Stern - 'Changeling'
Claudio Miranda - 'The Curious Case of Benjamin Button'

Wally Pfister - 'The Dark Knight'

Chris Menges, Roger Deakins - 'The Reader'

Anthony Dod Mantle – ‘Slumdog Millionaire'


Best Costume Design (Guarda-Roupa)
Catherine Martin - 'Australia'
Jacqueline West - 'The Curious Case of Benjamin Button'

Michael O'Connor - 'The Duchess'

Danny Glicker - 'Milk'

Albert Wolsky - 'Revolutionary Road'


Best Sound Mixing (Som)
David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce, Mark Weingarten - 'The Curious Case of Benjamin Button'
Lora Hirschberg, Gary Rizzo, Ed Novick - 'The Dark Knight'

Ian Tapp, Richard Pryke, Resul Pookutty - 'Slumdog Millionaire'

Tom Myers, Michael Semanick, Ben Burtt - 'WALL-E'

Chris Jenkins, Frank A. Montaño, Petr Forejt - 'Wanted'


Best Sound Editing (Edição de Som)
Richard King - 'The Dark Knight'
Frank Eulner, Christopher Boye - ‘Iron Man'

Tom Sayers - ‘Slumdog Millionaire'

Ben Burtt, Matthew Wood - 'WALL-E'

Wylie Stateman - 'Wanted'


Best Makeup (Caracterização)
Greg Cannom - 'The Curious Case of Benjamin Button'
John Caglione, Jr., Conor O'Sullivan - 'The Dark Knight'

Mike Elizalde, Thom Flout - 'Hellboy II: The Golden Army'


Best Art Direction (Direcção artística)
James J. Murakami, Gary Fettis - 'Changeling'
Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo - 'The Curious Case of Benjamin Button'

Nathan Crowley, Peter Lando - 'The Dark Knight'

Michael Carlin, Rebecca Alleway - 'The Duchess'

Kristi Zea, Debra Schutt - 'Revolutionary Road'


Best Special Efects (Efeitos Especiais)
Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton, Craig Barron - 'The Curious Case of Benjamin Button'
Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber, Paul Franklin - ‘The Dark Knight'

John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick, Shane Mahan - ‘Iron Man'


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

FOTOGRAMA vs. FOTOGRAFIA, #2

Mais fotogramas, mais fotografias, a mesma cidade, capital Inglesa, Londres.
Desta feita, os fotogramas são de "Shine" (1996), de Scott Hicks. As fotografias continuam a ser minhas. Outros planos, semelhantes, mas outras visões.


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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Parabéns à Sofia Escobar!

Sofia Escobar foi a vencedora do Theatregoers Choice Award, prémio que é dado pela revista What's On Stage, na Categoria de Melhor Actriz num Musical. Actualmente, a actriz Portuguesa actua na reposição do Musical "West Side Story", em digressão pelo Reino Unido, no papel de Maria, pelo qual foi nomeada e vencedora. Por cá, deixamos as felicitações à Sofia e muita merda para a entrega dos Prémios Lawrence Olivier, para os quais também está nomeada na mesma Categoria.



terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

The Thin Blue Line

A Sargento Habib explica ao Inspector Fowler o suposto conteúdo sexual nas histórias de "Biggles and Ginger", de W. E. Johns, e de "Sherlock Holmes and Dr. Watson", de Sir Arthur Connan Doyle.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

CINEMA: Was nützt die Liebe in Gedanken

Além da grande temporada que antecipa os Óscars e que me faz querer acompanhar e ficar a passo dos possíveis premiados de 2008, outros filmes, de outros Países, de outros géneros são também do meu interesse, como é obvio. Ultimamente vi um que, particularmente, acho interessante partilhar aqui, por motivos vários.


"Was nützt die Liebe in Gedanken" ou, se preferirem, "Love in Thoughts", nunca estreou em Portugal. Vem da Alemanha, do ano 2004, ganhou alguns prémios interessantes, na sua maioria para os actores, sendo precisamente esse um dos motivos que me levou a ver este filme. Como grande admirador do trabalho de Daniel Brühl, um dos melhores actores da sua geração (tem 30 anos, se precisarem de saber), não pude deixar de ver este "Amor em Pensamentos" (seria algo do género se tivessemos cá o filme), baseado numa história verídica que aconteceu na Alemanha em 1927. É sobretudo uma tragédia que tem por base uma série de desavenças amorosas entre amigos. Uma tragédia que abalou meia Alemanha, e sabe Deus quem mais, sobre um grupo de 4 jovens que viveram para amar e morreram por amar. Não esqueçamos duas coisas: estamos perante um filme baseado em factos históricos que são contados tendo em vista os acontecimentos reais, ainda que, já o disse anteriormente e corro o risco de me repetir, os mesmo factos históricos possam ser embelezados por outros momentos adicionais que consigam conduzir o espectador a outras perspectivas; além disso, o que nos é contado aconteceu em 1927 (ano em que estreia "Metropolis" de Fritz Lang, veja-se só!), antes de haver um Hitler no poder, antes de uma Segunda Guerra Mundial e muito antes de um Muro em Berlim que dividia, política e físicamente, a Alemanha em duas. Em 1927 a Alemanha encontrava-se num período democrático-republicano, que mais tarde veio a ser conhecido como a "Alemanha Weimar" ou "República Weimar". Isto porque, depois da Primeira Guerra Mundial, a Assembleia Nacional Alemã conciliou na cidade de Weimar para decretar a Nova Constituição do Reich - corrigam-me se estiver errado.
É precisamente por isto que, embelezado ou não, esteja ele bem ou mal contado, o filme consegue transparecer (e bem) a severidade dos problemas. Por um lado, diria que todo o filme está envolto de um conceito muito liberalista e que me deixa desacreditado sabendo que estavamos em 1927. Por outro lado, a ter acontecido o que aconteceu e lembrando que aquilo era 1927, deixa-nos cá a pensar que o caso foi duro e atacou em força a sociedade Alemã.

O filme conta, desta forma, uma verdadeira história de amor que culmina num final quase apoteótico. Não é emocionante, nem é daqueles finais que nos deixam sem fôlego. É um final com o mesmo ritmo que o filme, mas as imagens sim, são emocionantes, os actores também, muito expressivos. Começamos na actualidade, num tribunal, discutindo-se um caso perante o juiz. No lugar dos réus, levanta-se Paul (Daniel Brühl) que descortina, muito a medo e em frases soltas, o que estamos prestes a assitir. Eleva-se uma voz que lê uma carta, redigida por Paul, onde o mesmo assume a sua fraqueza de amores por uma bela jovem, saberemos mais tarde tratar-se de Hilde (Anna Maria Mühe), e que está disposto a matar em prol do amor que sente e que o faz sofrer.
A partir daqui somos transportados para uns tempos antes, não sei bem para quando, mas algures em 1927, para uma Escola Secundária em Berlim, se também não estou em erro, para conhecermos os dois pontos fulcrais desta história: Paul Krantz e Günther Scheller. São dois óptimos amigos, do melhor que pode haver. Paul é aspirante a poeta, vai escrevendo uns texto nos momentos mais propícios à sua arte; Günther é apenas seu grande amigo, homossexual, assumido, irmão de Hilde Scheller. Günther e Hilde decidem passar um fim de semana numa casa de campo, fora da cidade de Berlim, e optam por convidar alguns amigos para uma festa nessa mesma casa. Ao conhecer Hilde, Paul perde-se de amores de um instante para o outro. Mostra-lhe a sua poesia que a deixam encantada e sedenta por mais. Consegue captar a atenção dela, assim como ela captou a atenção dele num abrir e fechar de olhos, e Paul vê aqui o seu amor ser correspondido pela mulher que acaba de conhecer e de amar.
Decidem-se então pela festa, agendada para a a segunda noite que lá passam. Hilde diz que precisa de ir à cidade (Berlim) fazer uns recados ou coisa que o valha e Günther pede-lhe que convide Hans (Thure Lindhardt), o 4º elemento do grupo, fulcral para o desenvolver da acção. Com esta ida de Hilde à cidade ficamos a perceber duas coisas. Por um lado, Hilde é uma leviana que não se contenta só com um namorado. Ela diz isso mesmo em confidência às suas amigas, que nunca, em caso algum, seria capaz de estar presa a um só homem. Por outro lado, vamos também ficar a perceber que Hans, de baixa classe social e trabalhador na cozinha de um restaurante de Berlim, é bisexual, ex-companheiro de Günther e actual namorado da sua irmã, Hilde. Ora, sendo assim, a quádrupla amorosa tem muito a prometer: Paul ama Hilde, irmã de Günther, seu melhor amigo; Günther é ex-namorado de Hans, ainda o ama e espera continuar com ele, não querendo fazer a desfeita à irmã, Hilde, que ama Hans e ama Paul, porque não quer só um homem... É suficiente? Para nós, do século XXI, isto tem muito que se lhe diga. Imaginemos o que isto não seria em 1927... Mas, e porque o enredo ainda não acabou, vimos a descobrir ainda que Günther é apoiante fervoroso do relacionamento de Paul, seu melhor amigo, com a sua própria irmã, para que o caminho em direcção a Hans fique livre - já por isso mesmo é que insiste que Hans venha à festa. Inevitávelmente, Paul não cede ao relacionamento de Hilde com Hans e desata em actos de violência contra o rival Hans. Paralelamente, Günther também desata numa série de comportamentos de amor-ódio, ou antes, começam com ódio e acabam em amor, para com Hans, porque o ama e sente ciúmes da sua própria irmã Hilde.
E, inacreditávelmente, isto é uma história verídica... de 1927!

O que conseguimos perceber com este filme não é tão simples como se possa pensar. O amor é uma arma muito poderosa. Tão poderosa que até pode matar, veja-se este caso por si só. É extraordinário ver como estas pessoas amam tão fervorosamente, levando-as a cometer actos tão impuros e repulsivos que nada têm a ver com amor. Mas então, não serão esses actos de ódio o resultado do amor? Serão sim. E por isso mesmo é difícil encontrar uma explicação razoável para toda esta história que nos embrenha e envolve tão absurdamente.
O filme não é perfeito e acaba mesmo por ter um ou outro defeito técnico, mas que não comprometem, de modo algum, a obra. No entanto, é de louvar que, 80 anos depois, alguém se lembre de trazer e de recriar esta história que há muito devia ter sido contada e que não podia ser mais actual do que aquilo que é. Afinal, no meio de tantas lamechices que há hoje em dia, temos aqui bem presente uma tragédia, um filme de sofrimento, que se baseia no amor, como um sentimento maior que a vida, pelo qual vale a pena lutar até à morte.



quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PROCURA-SE

e oferece-se recompensa
(das fraquinhas)



para outras informações, carregar aqui.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O CINEMA ESTÁ EM ALTA!, #2

Mais estreias nas nossas salas, a propósito da temporada febril que acompanha o Cinema. E assim, no seguimento do post anterior decido-me a vos expôr, fiéis leitores, aos restantes filmes estreadíssimos em Portugal.

"Slumdog Millionaire", em Português "Quem Quer Ser Bilionário?", é provávelmente o filme surpresa de 2008 (para nós é de 2009 mas não conta). Baseia-se no percurso de vida excessivamente atribulado de Jamal Malik, um jovem indiano, nascido pobre nas "favelas" da Índia - daí o cognome slumdog.
Concorre à versão Indiana do concurso "Quem Quer Ser Milionário?", não se sabe de ínicio o porquê, e acaba por ser preso e espancado por suspeita de batota quando, curiosamente, acerta em todas as perguntas do programa.
Somos transportados para o passado, não muito longínquo, e acompanhamos os passos de Jamal até à actualidade, por tudo o que viveu e sobreviveu até chegar ao concurso mais popular de toda a Índia. É estabelecido um paralelismo entre as perguntas sorteados e a sorte da vida de Jamal. Cada pergunta refere, curiosamente, a um específico momento do seu percurso de vida, que acompanhamos durante os sucessivos "flasbacks" enquanto Jamal está a ser interrogado pela polícia acerca do seu estranho sucesso com as perguntas.
Estranho, talvez possa parecer, mas no seio de uma comunidade indiana tudo tem a sua graça! Danny Boyle, sempre versátil na realização, com excelentes obras como "Millions", "The Beach", "Sunshine" e "Trainspoting", assina também este milionário das favelas, adaptado do livro de Vikas Swarup.
A música é excelente, ou não estaria nomeado para uma série de Óscars nessas categorias de banda sonora e música original. A fotografia, tons muito quentes e indianos, não se podia enquadrar melhor. Prémios? Talvez alguns. Depois dos Globos de Ouro e dos BAFTA a história pode muito bem repetir-se, se bem que os filmes alternativos, tal como o é este "Slumdog Millionaire", cada vez mais presentes na lista dos melhores do ano, não costumam ser reconhecidos pela Academia.
Para este vai a minha aposta, como melhor filme, pela originalidade, pela criatividade ("Quem Quer Ser Milionário?"!) e pelo genérico final do filme, curiosamente e nem de propósito, à musical de Bollywood. Mas será que a Academia Americana vai ceder à moda actual e premiar este filme?
A. Sim, ganha tudo!
B. Talvez ganhe 2 ou 3.
C. Não vai ganhar nada!
D. Não vi/Não faço ideia.


"A Troca", de Clint Eastwood, é o que considero ser o melhor filme de 2008 e tenho uma pena enorme que não esteja a concorrer nessa categoria. Se há injustiças nas nomeações, esta é concerteza uma delas, incompreensível!
O facto de "Changeling" estar ligado à realidade, de recriar uma história, de retratar pessoas e uma época que, efectivamente, existiu, faz que com que o espectador tenha uma ligação muito maior com o que está a ver. Estabelece relações entre aquela época retratada e a actual, entre as pessoas e os costumes. Há sempre a verdadeira noção de que o que estamos a assistir aconteceu numa outra altura, que não é ficção, mas sim a dura e crua realidade de um tempo, ainda que possa ser retratado com alguns elementos adicionais não históricos. Mas a certeza é mesmo essa! O espectador sente inevitavelmente uma conexão com o filme sempre que se trata de uma história com elementos reais e isso faz de "A Troca" um dos filmes mais emocionantes dos últimos anos. Porque se há um retrato que deixa o espectador num absoluto silêncio quando vê e acaba de ver, este filme é um deles. Consumidos por uma instrospecção que nos faz pensar em que mundo vivemos. "A Troca" não acaba por ser só um filme sobre rapto. É uma lição de vida aos mais diversos níveis, entre questões políticas e sociais. Uma guerra entre os fortes e poderosos e os fracos e oprimidos. Entre o governo e as pessoas.
Angelina Jolie interpreta Christine Collins, uma mãe exemplar que tudo faz para o bem do filho, Walter Collins. A 10 de Março de 1928, Christine Collins é chamada para substituir uma colega de trabalho que, inesperadamente, adoeceu. O compromisso de levar o filho ao cinema para ver o último filme de Charlie Chaplin leva Christine a ponderar na decisão, mas a escolha não pode ser outra senão deixar o filho em casa para responder aos compromissos de trabalho.
Ao regressar do emprego, bem mais tarde do que o esperado, o pesadelo e a luta de uma vida de Christine tomam início. Walter Collins, seu filho, desapareceu.
Por um lado, Christine faz de tudo para reaver o seu filho. Por outro lado, a políca de L.A., com má reputação, desacreditada e mal vista pelos cidadãos que serve, quase que procura arquitectar uma solução para o caso que tem em mãos para mostrar que, feitas as contas, não são assim tão maus a proteger os cidadãos. Incrível ou não, meses depois, Christine é abordada pela polícia, portadores da boa nova de que Walter Collins está vivo, que o encontraram e que vem a caminho de Los Angeles para a casa e para os braços da mãe. O reencontro é mais do que aguardado, jornalistas por todo o lado, flashes que procuram captar as primeiras impressões do reencontro entre mãe e filho. Tudo acontece como esperado, excepto para Christine que diz com veemência, assim que vê o suposto filho, "Este não é o meu filho!". São as palavras mais sofridas que se ouvem dizer ao longo do filme. Uma certeza concreta, de uma mãe que perdeu um filho e que rejeita o "filho" impingido pela polícia.
E assim somos assaltados por uma densidade de acontecimentos, cada um mais incrível que o outro, decorrentes do processo de Christine Collins. Ela continua a não aceitar o filho encontrado; o chefe da polícia convencendo-a que tudo aquilo não são mais do que meros truques mentais, dos quais foi vítima involuntáriamente ao ver o filho ser raptado; os médicos, contratados pela polícia, a apresentarem provas que justificam as diferenças físicas entre "os filhos" de Christine; e o Reverendo Gustav Briegleb (John Malkovich), que apoia e acredita incondicionalmente em Christine e na sua luta em encontrar o filho, que anuncia e difama a polícia todos os dias no seu programa de rádio local.
Entre tribunais, manicómios e psicópatas, o desenrolar de acontecimentos são, no mínimo, surpreendentes e praticamente inexplicáveis. Como que se estivessemos perante uma situação real, acreditassemos nela, mas incapazes de a resolver ou de ajudar na solução. É vermo-nos e sentirmo-nos pequenos, inúteis e sofridos pela penosa dor de Christine.
Um filme a ver e a aplaudir.


Gus Van Sant é, desde sempre, um realizador que eu admiro e aprecio particularmente. Não creio, apesar de tudo, que todos os seus filmes devam ser olhados da mesma maneira e que são sempre feitos com a mesma intenção. Assumir isso seria errado porque Gus Vant Sant tem, digo eu, duas, ou mais, vertentes distintas na sua filmografia. Ora nos aparece com filmes que deixam muito a desejar, ora nos brinda com uma série de excelentes filmes, como é o caso de "My Own Private Idaho", dos meu preferidos deste realizador, "Good Will Hunting", dos mais aclamados, "Elephant", que recria extraordináriamente o massacre numa Escola Secundária de Columbine, nos EUA, ou, até mesmo um dos mais recentes, "Paranoid Park", filme quase introspectivo e pessoal que teve a felicidade de ser reconhecido e apreciado por muito boa gente.
Este ano, Gus Van Sant surge entre a lista dos melhores com "Milk", um filme biográfico, sobre a vida e a luta de Harvey Milk, o primeiro Americano gay a ser eleito Supervisor (penso que será uma espécie de Vereador). "Milk" é assim um fascinante desenrolar de acontecimentos históricos, extremamente pegados à realidade, descritos com precisão, acompanhados com minúcia, o que ele fez e o que ele não fez, tudo está presente! Tal como referi, umas linhas atrás, o facto de estarmos perante um filme que recria um tempo, uma realidade e uma acção que, de facto, existiram e aconteceram com toda a certeza, faz com que o espectador estabeleça um contacto muito maior com a acção que assiste. E Gus Van Sant faz questão que isso mesmo aconteça e, por isso, faz uso, com bastante frequência, de excelentes imagens reais, recorrendo a arquivos de televisão e outros tais, inseridos estratégicamente ao longo do filme, sobre os mais diversos momentos das candidaturas revolucionárias de Harvey Milk.
Uma outra mais valia do filme centra-se na escolha das personagens intervenientes na vida de Milk. Não acaba por ser um filme exclusivamente dedicado à sua carreira política nem à sua luta desenfreada pelos direitos dos homossexuais. É também um filme sobre a sua vida como pessoa, como homossexual descrimidado pelos outros. Só assim seria possível estabelecer e explicar as razões que levaram Harvey a escolher uma luta para a vida inteira. Para além de Sean Penn, numas das mais brilhantes representações da sua carreira, vemos figuras ligadas à sua vida pessoal e outras ligadas à carreira profissional, incluindo Danny Nicoletta, actual fotógrafo profissional que começou a trabalhar nas campanhas de Harvey Milk, na altura com cerca de 20 anos. James Franco, no papel de Scott Smith, o grande amor da vida de Milk, Josh Brolin, no papel do temeroso adversário Dan White, Alison Pill, a astuta directora de campaha, também ela gay, escolhida a dedo por Harvey Milk e que muito vai fazer por ele, e a grande surpresa, uma vez mais, no jovem actor Emile Hirsch, um dos melhores da sua geração, no papel de Cleve Jones, jovem homossexual recrutado na rua por Milk e que mais tarde veio a juntar-se à sua campanha política.
Neste filme tudo funciona, nada é tomado com excessos, mérito não só de Gus Van Sant, mas também de Dustin Lance Black, autor do argumento orginal. Se Sean Penn perder o Óscar para Frank Langella em "Frost/Nixon", concerteza que "Milk" será, pelo menos, premiado pelo seu argumento. Dustin Lance Black é um jovem argumentista, de trinta e poucos anos, que também produziu este "Milk" e conta com bastante experiência em filmes dedicados à homossexualidade, como actor, realizador, argumentista, entre outros, uma vez que o próprio também o é (homossexual). Para quem viu o vídeo "making of" de "Milk", Dustin Lance Black afirma que Harvey Milk era o seu ídolo de infância e que ter a oportunidade de escrever este argumento em particular o fez muito feliz. Mas eu diria ainda mais. Fez-lhe feliz e fez com que o argumento fosse escrito com uma total dedicação e empenho que só vistos. Não haveria escolha mais acertada da parte de Gus Van Sant, sem dúvida alguma.
E, por isso mesmo, "Milk" é uma vitória absoluta como filme e Harvey Milk é uma vitória absoluta como defensor pela não descriminação dos gays. Foi uma batalha difícil, que não acabou da melhor forma, mas valeu a pena, porque agora termos esta história para contar...
Mais um a aplaudir.


Resta-me, assim, escrever um pouquinho acerca de "Doubt", o último filme que vi desta temporada dedicada aos galardões do Cinema. "Dúvida", assim se chama por cá, é um filme de John Patrick Shanley, quase estreante no cinema, mas veterano no palco. Quase tudo o que faz tem por base o teatro, desde a própria encenação às teleplays (peças encenadas para televisão), John Patrick decide trazer-nos esta "Dúvida" a partir, pois claro, de uma peça da sua autoria.
É um filme que tem por base o "tabu", onde o que se intende a dizer não é dito da forma mais directa. Os diálogos tentam ultrapassar essa barreira linguística e surgem, por isso mesmo, com uma profundidade e um sentido emocional acrescidos. Não se fala do que as coisas são nem do que se pretende saber, mas no contexto religioso, entre padres e freiras, não podia haver maior frieza em abordar questões como estas.
"Dúvida" é, acima de tudo, um filme sobre dúvida! Claro que não é a dúvida comum, das que temos diáriamente, duas e três vezes por dia. Aliás, será também um pouco dessas dúvidas, mas principalmente fala-se da Dúvida no verdadeiro sentido da palavra, como acto de fé nos momentos de isolamento e de solidão. A acção passa-se num colégio religioso, que acolhe crianças até à idade de seguirem para o Liceu. É maioritáriamente frequentado por crianças pré-adolescentes, 11 ou 12 anos, rapazes e raparigas, não com o objectivo de os incentivar na escolha de uma carreira ligada à religião, não um típico seminário para se formarem padres ou freiras. Pelo contrário, educação e respeito para com os superiores parece ser a máxima do colégio, tanto de alunos para professores como de professores para os seu respectivos superiores hierárquicos religiosos.
A trama desenvolve-se entre os três personagens principais, o Padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), a Irmã Aloysius (Maryl Streep) e a Irmã James (Amy Adams). O que acontece é muito simples mas será capaz de dar aso a muita especulação e a muitas dúvidas que permanecem no ar do início ao fim! No decorrer de uma aula de História e Geografia, ensinada pela Irmã James, o Padre Flynn pede que chamem Donald Miller ao seu escritório, o primeiro miúdo negro a ser acolhido naquela escola e vítima de maus tratos tanto pelo pai, como pelos colegas da turma. Ao regressar, a Irmã James denota um ar extremamente triste, assustado e repreensivo em Donald que a deixam curiosa. Mais tarde, a acrescentar a curiosidade, a Irmã vê o Padre Flynn, durante uma aula de ginástica, a levar ao cacifo de Donald uma camisola interior do mesmo. A dúvida é assim despertada na Irmã James que, na sua mais perfeita inocência, decide contar o que viu à Irmã Aloysius, por ordem desta. A Irmã Aloysius, brilhante Maryl Streep, diga-se, é quem dirige grande parte das infracções dos alunos. Os castigos por ela deliberados são temidos ao mais alto nível e ninguém ousa em contrariá-la nas suas decisões. Uma convicção que a vai levar à mais profunda dúvida existencial. É irónico, mas ainda bem que assim é. Nisto, a Irmã Aloysius desenvolve um plano, procurando desvendar a verdade sobre o caso e condenar o culpado. E assim o Padre Flynn é enfrentado com as mais diversas provas, ainda que não muito convictas, sendo quase obrigado a responder e a justificar os seus actos.
A verdade é única: Dúvida é a posição constante que tomamos perante o filme. Há dúvidas entre os personagens; há desconfianças duvidosas em relação aos actos dos colegas; há dúvidas entre a veracidade ou falsidade das provas; e entre dúvidas e mais dúvidas, fica o espectador também em Dúvida porque nada é concreto e tudo tem uma margem para as devidas dúvidas!
Que seria então deste filme sem um brilhante conjunto de actores que, veja-se só, acabaram todos nomeados para as respectivas categorias, e com mérito! John Patrick Shanley é bom na realização, mas fiquei com a impressão que "Dúvida" seria excepcional em palco, melhor que em Cinema, sem dúvida (neste caso!). Em suma, mais um excelente filme que merece bem ser apreciado, ponderado em cada diálogo, em cada sermão do Padre Flynn, muito bem pensado, muito bem escrito e, acima de tudo, brilhantemente interpretado.
Amén.



quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

FOTOGRAMA vs. FOTOGRAFIA

Em 2000, Stephen Daldry traz ao cinema "Billy Elliot", que se estreia na dança profissional no Bailado "O Lago dos Cisnes" no Theatre Royal Haymarket, Londres. Os fotogramas correspondentes a essa cena são vistos a partir da 1 hora e 38 minutos de filme.

Em 2008, enquanto estive em Londres, curiosa e coincidentemente, tirei uma fotografia no mesmo local que Stephen Daldry filmou. Pouco tempo depois, apercebi-me da semelhança de planos e, por isso, aqui os partilho.




p.s. Para quem não identificou, fotograma de Stephen Daldry (em cima)
e fotografia minha (em baixo)

LITTLE BRITAIN

"Computer says NO..."













Little Britain, com Carol Beer, ao vivo:



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

REPO! The Genetic Opera

A Ópera-Rock mais macabra que pode haver!



Num futuro não muito longínquo, onde a doença e a podridão dominam as ruas, surge a empresa GeneCo com uma cura milagrosa. Os preços são elevados e a GeneCo não está para brincadeiras. De atenciosos passam a devoradores e quem não paga a dívida receberá a visita do Homem Repo!
Quem é esse homem Repo? Ninguém sabe. Mas todos sabem que, se não pagarem à GeneCo, ficarão mórbidamente sem os orgãos disponibilizados pela empresa. Seja, rigorosamente, o que for, vemos cidadãos a serem estripados, corações a serem arrancados e espinhas dorsais a serem, enjoativamente, puxadas à força!
No meio de tantos orgãos, doentiamente removidos dos seus possuídores, somos envolvidos numa velha história de desamor que deu origem a tanta desgraça. Um pai, médico, sedento de encontrar uma cura para a doença da filha que também está infectada. Da mãe ninguem sabe, desaparecida ou morta, é um mistério. Mas tudo se revelará através de uma série de flashbacks, 17 anos atrás, que envolvem o médico, a sua esposa e o actual presidente da GeneCo.
"Repo! The Genetic Opera" não é, de todo, um mau filme. É surpreendente, sim, e não é para qualquer um. Anuncia-se como "a ópera que não é para os teus pais" e mais certos não podiam estar.
Sarah Brightman integra o elenco da Ópera-Rock, no excelente papel de Blind Mag. Uma mais valia, sem dúvida alguma. A ver: