terça-feira, 19 de outubro de 2010

No baile de máscaras


(...) entre todos os grupos que se entregavam às mais loucas extravagâncias, num grupo que se apertava em redor de um personagem cuja máscara, de aspecto original, macabro, fazia sensação...
Este personagem vestia todo de escarlate com um enorme chapéu de penas numa caveira. Ah! a bela imitação de caveira que ali estava! Os jovens em seu redor achavam-no um grande êxito, felicitavam-no... perguntavam-lhe em que mestre, em que atlier, frequentado por Plutão, lhe tinham feito, desenhado, pintado, uma tão bela caveira! (...)
O homem da caveira, com chapéu de plumas e roupas escarlates, arrastava atrás de si um enorme manto de veludo vermelho cuja flâmula se estendia realmente sobre o soalho; e sobre este manto tinham bordado a letras de ouro uma frase que todos liam e repetiam em voz alta: «Não me toquem! Sou a Morte vermelha que passa...!» (...)

Gaston Leroux
in Le Fantome de L'Opera