Cai a noite, as estrelas definidas,
como um velho, destruído de amargura.
E as crianças, de negruras recolhidas,
escondidas, sonhos livres de ternura.
Fecho a porta e as ruelas de maldade,
Da janela, num silêncio demorado.
E o meu fado faz-se ouvir em saudade,
velho triste e sofredor, este fado.
E a guitarra, o som vasto de Lisboa,
Lusitana, grita e canta amargurada.
Ah! Meus medos que bailam nesta proa
da caravela em alto mar naufragada.
Nestas ruas, oiço desde pequenino,
esse canto de saudade acompanhado.
E as varinas que na rua apregoam,
pobres sonhos de um menino!,
ouvem tristes, respirando, este fado.
do autor, etc.
Helder Magalhães
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