Não ensombrarão a tua campa as árvores tristes dos cemitérios. As aves que passarem nos céus não baixarão a beber da água que as chuvas tiverem deixado na urna do teu mausoléu. A Lua, terna amiga dos mortos, não virá beijar por entre a rama negra dos ciprestes, a brancura da tua campa. O orvalho das madrugadas não chorará nas flores do teu jazigo. As abelhas não murmurarão em torno das rosas plantadas sobre o teu corpo. As borboletas brancas não adejarão no fluido de ti mesmo que pudesse romper do seio da terra para a luz da manhã no aroma dos jasmineiros e dos goivos.
(...)
E impelui em seguida para dentro da cova uma grande porção de terra amontoada aos seus pés. A terra desabou de chofre sobre o cadáver, levantando um som baço e mole.
E impelui em seguida para dentro da cova uma grande porção de terra amontoada aos seus pés. A terra desabou de chofre sobre o cadáver, levantando um som baço e mole.
excerto de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão
in O mistério da estrada de Sintra
in O mistério da estrada de Sintra
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