domingo, 28 de setembro de 2008

LONDON

O dia começou bem cedo, de madrugada, o sol por nascer começava escassamente a raiar. Ainda me esperavam algumas horas de viagens em transportes públicos, comboio, metro, avião e autocarro, até ao destino final.
Mas lá cheguei, a tempo e a horas, apesar de um ou outro contratempo para encontrar a "coach station" - o aeroporto tinha a sua confusão...
A transição era gradual, desde uma periferia, calma e campestre, até a um centro, caótico e citadino. A sensação de estar num país diferente era sentida ao máximo, pela organização, pelo estilo vitoriano, pelo tráfego no sentido contrário...
À chegada ao grande centro de Londres, com a fome a apertar, não havia mais nada a fazer senão almoçar. E foi mesmo ali, na Victoria Coach Station, o primeiro almoço, acompanhado por uma boa Coca-Cola (que curiosamente tinha o mesmo sabor que as de cá!).
O tempo será talvez o que mais usualmente caracteriza a cidade, sempre escura, cinzenta, fria. Tive a sorte de não ter chovido, uma ou outra gota terá caído à chegada, ou até mesmo quando passeava pela Oxford Street, mas nada mais do que isso. Manhãs de nevoeiro, temperaturas baixíssimas tanto ao amanhecer como ao anoitecer, mas tardes amenas e por vezes solarengas. Nada melhor do que, depois de andar umas largas horas por entre as ruas de Londres, chegar a um Hyde Park e simplesmente ficar ali sentado, a descansar, a ler, a comer, que de resto era o que faziam os londrinos que lá estavam.


As ruas eram mais do que movimentadas, eram excessivamente movimentadas, autocarros a irem, taxis a virem, buzinas e sirenes vindas de todos os lados, os motores dos veículos a acelerarem em todas as ruas, carros da esquerda, outros da direita, sinalizações na própria estrada indicavam aos turistas (e aos ingleses também) para onde olhar, "Look Right ->", " <- Look Left", pessoas que iam para o emprego, outras que passeavam, atravessava-se a rua logo que houvesse oportunidade, independentemente da sinalização. Um ritmo frenético acompanhava a cidade de manhã à noite sem excepção e tudo se processava ao dobro ou triplo da velocidade a que estamos acostumados. Por um lado ficava-se impressionado com o estado caótico do tráfego, por outro lado não era nada mau acompanharmos essa velocidade para nos esquecermos e aquecermos do tempo gélido que (por vezes) se sentia.
É fantástico vermos as ruas recheadas de casas victorianas, pubs e outros pequenos bares em algumas esquinas, com enchentes de pessoas quando regressavam do trabalho. Os autocarros vermelhos e os taxis pretos preenchiam o cenário tipicamente londrino, senhor de si só, muito elegante, very british.


Acho interessante referir aqui o típico estilo de vida de um habitante londrino. Primeiro, o caminho para o emprego que é efectuado a pé, de bicicleta ou transporte público - eram raros os que levavam o próprio carro para o emprego. O almoço, tal como eu fazia, era dos rápidos, entre sandes do Marks & Spencer, os Quarter Pounders do McDonald's e o frango do KFC, para não falar do famoso Fish & Chips. Não seria a melhor refeição mas era o que se arranjava em pouco espaço de tempo. Ao final do dia os pubs enchiam, pessoas vindas de todos os lados de Londres que se reuniam depois do horário do emprego a beber algumas cervejas antes do jantar. Depois disso, vinha a melhor parte... Teatros em todas as esquinas do West End. Esquinas e não só. Era só pedir que eles apareciam. Painéis e neons anunciavam os espectáculos musicais, vendiam-se os últimos bilhetes para a sessão da noite. Todos os espectáculos começavam as 7.30 p.m. e prolongavam-se até às 10.30 p.m.. Pessoas de todas as idades, famílias e grupos de jovens adolescentes aglomeravam-se às portas dos teatros à espera de poderem entrar. É um estilo de vida que eu adoraria ver em Portugal...
Portanto, e como estava lá para aproveitar ao máximo, tive a felicidade de poder ir ver 2 espectáculos musicais, o Wicked e o Billy Elliot.


Apollo Victoria Theatre

Lotação de 2400 lugares

WICKED

Elenco:
Alexia Khadime
Dianne Pilkington
Oliver Tompsett
Harriet Thorpe
Desmond Barrit
Caroline Keif
Jeremy Legat
Andy Mace








Victoria Palace Theatre

Lotação de 1500 lugares

BILLY ELLIOT

Elenco:
Layton Williams
Jackie Clune
Phil Whitchurch
Chris Lennon
Ann Emery
Trevor Fox
Alex Delamere
Sara Poyzer
Barnaby Meredith
Shaun Malone
Scarlet Embleton



Como é certo e sabido, há poucas cidades como Londres, repletas de monumentos para ver, de espaços para visitar, de coisas para fazer... Apesar de pouco tempo, consegui ver e fazer grande parte do que tinha inicialmente previsto. Desde a usual passagem pela Houses of Parliament,
conduzida por um Big Ben austero e meticulosamente talhado, a imponente Tower of London, a majestosa Tower Bridge, a sempre chique e movimentada Piccadilly, a larga praça Trafalgar Sq. rodeada pela National Gallery, o real Buckingam Palace, a belíssima e autoritária St. Paul's Cathedral e ainda o magnífico e inovador British Museum... Nomeio estes, entre muitas outras coisas fantásticas que podemos encontrar em Londres, claro. É espantoso a facilidade com que nos deparamos com magnificos edificios, igrejas, teatros, galerias e outros tais através de um simples passeio. Só mesmo experimentando pra se saber ao certo dessa facilidade!


E assim foi a minha breve passagem por Londres, repleta de surpresas ao virar de cada esquina. Uma cidade que me surpreendeu positivamente (claro), em todos os pequenos e grandes aspectos a considerar - que mais hei-de dizer...
Quanto aos pequenos pormenores da viagem, esses guardo-os para mim e prefiro não os partilhar. São pequenas emoções e sensações que são só nossas e que connosco devem ficar. Façam o mesmo. É pertinho, é agradável e vale por tudo na vida. Eu mal posso esperar pela próxima oportunidade!



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

INTERVALO

Tal como disse o Sr. Lauro António,
de vez em quando precisamos de um intervalo.

Este será o meu intervalo, para os próximos dias.

Até já!


NOSFERATU

A comemorar o 10º aniversário do Cineclube de Joane, amanhã dia 25 de Setembro, pelas 21.30h, no Grande Auditório da Casa das Artes de V. N. Famalicão, a exibição do clássico mudo de F. W. Murnau, com banda sonora ao vivo pelos Biarooz

A entrada é gratuita para associados, 4€ para estudantes e 5€ para o público em geral.
No final haverá bolo e champagne para comemorar!!!
Infelizmente não vou poder ir. Estarei em Londres noutro género de divertimento, mas certamente que se estivesse por cá iria a este espectáculo.

Sinopse:

Knock, um agente imobiliário, recebe um pedido do conde Orlok para comprar uma casa. Este manda o seu empregado, Huttler, viajar até à terra do conde, a Transilvânia, para concretizar o negócio. Orlok não é mais que Nosferatu, um vampiro que faz tudo para conquistar a bela mulher de Huttler que, segundo ele, tem um belo pescoço...
Versão não autorizada de “Drácula” de Bram Stroker. Para poder fazer este filme, Murnau teve de alterar o nome das personagens para não ser confundido com o original. No entanto, foi processado em tribunal pela viúva de Stroker e este ordenou que todas do filme fossem destruídas. Felizmente, algumas salvaram-se...
Realizado por F.W. Murnau em 1922, "Nosferatu, A Symphony of Horror" é talvez a melhor e mais assustadora versão cinematográfica da novela de Bram Stoker. Obra-prima do cinema mudo, "Nosferatu" viria, décadas mais tarde, a inspirar a composição de diversas bandas sonoras, muitas vezes interpretadas ao vivo durante a projecção do filme.



Ficha Técnica

Título Original: Nosferatu, Eine Symphonie Des Grauens (Alemanha, 1922, 93 min)
Realização: F. W. Murnau
Interpretação: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schoeder, Georg H. Schnell
Argumento: Henrik Galeen
Produção: Enrico Dieckmann, Albin Grau
Fotografia: Fritz Arnowagner
Música: Hans Erdmann
Classificação: M/12 anos

BIAROOZ

Em 2003, C. Ricardino criou um projecto musical e gravou, electronicamente, alguns temas que compilou numa maqueta. Mais tarde, reuniu João Coutada, José Novo e João Dias. Os quatro músicos decidiram apresentar BiarooZ, manifestando uma vontade conjunta de explorar a sua actividade a partir do suporte electrónico, assim como todas as manifestações artísticas que lhe possam estar associadas.
Nas suas composições, as programações digitais e samplers encontram-se em simbiose com instrumentos convencionais (guitarra, baixo, piano e bateria). O produto final soa a um rock electrónico que facilmente se torna ambiente, “jazzy” ou um poderoso (quase) punk rock. Ao vivo apresentam sessões de vídeo numa sincronização harmónica com o som; são a banda sonora perfeita para os seus filmes; imagens com sequências estranhas, rudes e preenchidas de cores poderosas.

Experimental/ Electrónica/ Rock
C.Ricardino: composição electronica e programação, guitarra, baixo, teclado
João Coutada: baixo, guitarra, teclado
João Dias: guitarra, piano, teclado
José Novo: bateria
http://www.honeysound.com/
Mysapce: http://www.myspace.com/biarooz


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Eu sou assim...

"O espírito de Iura era extremamente complexo e confuso; suas opiniões, suas maneiras de pensar, suas tendências, caracterizavam-se pela originalidade. Era dotado de uma sensibilidade requintada e as suas reacções eram sempre inesperadas.
Apesar de toda a fascinação que a arte e a história nele exerciam, Iura não hesitara na escolha do curso. Assim como a alegria natural ou a predisposição para a melancolia não legitimavam uma profissão especial, assim - pensava ele - a arte não constituía também uma vocação. A Física e as Ciências Naturais interessavam-no muito e considerava que na vida prática era necessário escolher um ofício útil à sociedade. Matriculara-se, portanto, em Medicina.
(...)
Iura sabia pensar e escrever. Desde o liceu que sonhava com uma obra em prosa, um livro de «biografias» em que, como cargas explosivas, se escondessem as ideias e as imagens que lhe enchiam o espírito. Mas era ainda muito novo para realizar um tal livro e teve de se contentar com escrever versos, à semelhança de um pintor que passasse a vida a desenhar esboços para o grande quadro.
Iura perdoava a si mesmo o pecado de haver escrito tais versos, pelo que neles encontrava de enérgico e de original. Essas qualidades, a energia e a originalidade, eram, a seus olhos, o que a arte continha de essencial pois que, quanto ao resto, a arte era vã e inutil - assim pensava."

in "O Doutor Jivago", Boris Pasternak
Ed. Circulo de Leitores, Janeiro de 1975



Se conseguirem, façam as comparações.
Sou ou não sou assim?


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O MELHOR DO WEST END

clicar para aumentar - vale muito a pena!!!

Apresento aqui, em posição aleatória, alguns dos (melhores) musicais que actualmente encontramos no London West End. São 63 palcos espalhados pelo grande centro, a Greater London, com espectáculos divididos entre teatro, teatro musical, opera e dança (entre outros).
A informação veio daqui.

1. BILLY ELLIOT, Victoria Palace Theatre


2. AVENUE Q, Noel Coward Theatre


3. GREASE, Picaddilly Theatre


4. THE SOUND OF MUSIC, London Palladium Theatre


5. LES MISÉRABLES, Queen's Theatre


6. SPAMALOT, Palace Theatre


7. MAMMA MIA!, Prince of Wales Theatre


8. THE PHANTOM OF THE OPERA, Her Majesty's Theatre


9. CHICAGO, Cambridge Theatre


10. HAIRSPRAY, Shaftesbury Theatre


11. DIRTY DANCING, Aldwych Theatre


12. THE LON KING, Lyceum Theatre


13. WICKED, Apollo Victoria Theatre



Se me esqueci de algum importante façam o favor de dizer...

FICAP - Festival Internacional de Cinema de Artes Performativas

(clicar para aumentar)